Howto das Etiquetas ou Tags no Gimp 2.8

Nuvem de tags na Web2
Nuvem de tags na Web2, Fonte Kosmar.
Etiqueta ou Tag no âmbito digital está para uma palavra-chave ou metadata que podemos aplicá-la às coisas que usamos e colecionamos, tais como os links das paginas web. Por exemplo, no Firefox quando inserimos algo no bookmarks podemos colocar uma etiqueta ou tag neste link.
Frequentemente esta técnica de classificação é utilizada na Web, ela é bastante antiga e elementar mas com os meios digitais foi notavelmente potenciada e ampliada quanto a seu conceito inicial. Vem utilizada massivamente em pequenos e grandes sites, em weblogs, no YouTube, e agora para nossa alegria e felicidade também no Gimp.
As etiquetas ou tags servem para facilitar a classificação dos itens como também o processo de procura e/ou filtragem dos mesmos. Quando aplicamos, por exemplo, a etiqueta “esboço” a um ou mais pinceis, estaremos classificando-o(s) para a atividade de esboços de desenhos e ao selecioná-la estaremos realizando uma procura de todos os pinceis com a etiqueta "esboço".

1.1 - Um método eficiente para criar etiquetas
Processo de seleção de um grupo de pinceis através das Etiquetas.
Processo de seleção de um grupo de pinceis através das Etiquetas.
A nova função Etiqueta do Gimp é uma ferramenta muito potente e portanto deve ser usada com parcimônia e atenção. Uma boa politica é criarmos poucas etiquetas e bem focadas no nosso modo de organizar e/ou realizar trabalhos no Gimp. A pulverização de etiquetas ou tags pode criar mais confusão do que ajudar.
Láois HB
Lápis HB.
Para criar um esquema, é interessante escrever inicialmente as etiquetas numa folha de papel, organizá-las por tipo de tarefa e tentar reagrupá-las o máximo possível.
Preferencialmente usar termos os mais simples possíveis e evitar termos compostos.Uma boa dica seria dividir por tipo de técnica, do geral ao especifico, com diferentes níveis (não mais de três). Para exemplificar o conceito, do geral ao especifico, proponho a seguinte frase:
O lápis 2B é a minha ferramenta Desenho preferida."
Muitas ferramentas servem para desenhar, então Desenho (1) é o primeiro conceito-chave, logo depois vem a ferramenta, neste caso o lápis (2) e finalmente o tipo de lápis, 2B (3).
Um exemplo deste método aplicado ao Desenho poderia ser assim:
    • Lápis (2º nível: + especifico)
      • B (3º nível: ++especifico)
      • 2B (idem)
      • H (idem)
      • Cor (idem)
      • ...
    • Ink (2º nível: + especifico)
      • Pena (3º nível: ++especifico)
      • Bambu (idem)
      • Sumi-e (idem)
      • ...
No caso  que tivéssemos que etiquetar um "lápis de cor" segundo este esquema, teríamos o seguinte elenco de etiquetas (do geral ao especifico): Desenho, Lápis, Cor.

Referencias interessantes
  • Pencil talk | artigos e resenhas sobre o lápis
    Site especializado com muita coisa interessante sobre esta tão bonita e versátil ferramenta de desenho.
    http://www.penciltalk.org/
  • The Tools Artist Use
    Site dirigido por Bill Turner sobre materiais e ferramentas que os artistas usam para executarem seus trabalhos. Muito interessante é a história de como nasceu a ideia de entrevistar artistas sobre suas ferramentas e técnicas.
    http://thetoolsartistsuse.com
1.2 - Criando etiquetas em automático no Gimp
O sistema de etiquetas do Gimp 2.8 transforma automaticamente estruturas à arvore das pastas em tags. No exemplo acima cada nível poderia corresponder a uma pasta. Basicamente teríamos pastas para o primeiro e segundo níveis. A regra é bem simples, as pastas devem conter pastas ou elementos simples. Então seguindo o exemplo acima, temos pastas para Desenho, Lápis e Ink, o restante são itens síngulos que se distribuem dentro da pasta Lápis e Ink. Logicamente se tivermos necessidade de classificar 'n' tipos de penas o item "Pena" da pasta Ink iria ser também uma pasta.
Usando tal metodologia o Gimp irá transformar em automático a estrutura das pastas em etiquetas e assim poderemos facilmente criar filtros segundo este esquema, do geral ao especifico ou vice-versa, (mais detalhes a seguir dentro do processo de Edição e filtragem das etiquetas).
Para entender melhor este ponto eu recomendo lerem o tutorial, do mês de maio, sobre como usar este recurso no Gimp 2.8.[http://forksanddrills.blogspot.com/2012/05/organizing-folders-and-tags-on-gimp-28.html].

Nomes das pastas e as etiquetas [Atenção muito importante!]
Tanto para mim quanto para o Mozart Couto aconteceu do Gimp 2.8 se fechar ao estarmos usando as funcionalidades das etiquetas, principalmente durante a filtragem. Isto parece ser devido à formatação dos nomes... os nomes dos diretórios ou pastas não devem conter, preferencialmente, nomes compostos e/ou longos; não devem conter caráteres especiais, tais como hiphen, underscore, etc... (estes em especial parecem causam este tipo de problema).

1.4 - Processo de Edição e Filtragem das Etiquetas no Gimp
Criação e Filtragem  em às Etiquetas.
Pequena animação da criação e filtragem
de Etiquetas. [Mouse encima para iniciar]
A opção de criação e uso das Etiquetas ou Tags no Gimp 2.8 é disseminada em muitos pontos, basicamente aonde temos elencos, p.e., nas livrarias em geral das ferramentas de pintura (pinceis, texturas, gradientes, paletas de cor), nas Dinâmicas e "Definições de ferramentas" [Tool Presets] em geral. A criação e o uso das etiquetas ou tags é particularmente fácil em todas estas instâncias, acima citadas, pois o funcionamento dela é sempre o mesmo.

Nas abas onde a funcionalidade etiquetas aparecem temos basicamente dois menus-lingueta, superior e inferior, que possuem múltiplas funcionalidades. Para criar uma nova etiqueta, editá-la ou removê-la usamos o menu lingueta que está na parte inferior da aba (dentro podemos ler  [entre as tags ], já para filtrar pelas etiquetas usamos aquele que está na parte superior (dentro podemos ler [filtrar ]). O funcionamento destes menus linguetas é bastante articulado e interessante (um pouco complexo talvez, mas faz um bocado de coisas :-), requer um pouco de treino e principalmente conhecer bem o funcionamento das instâncias de edição e de filtragem.

O Gimp 2.8 já vem instalado com algumas etiquetas previamente criadas por seus desenvolvedores e colaboradores. Elas são muito básicas e temos que integrá-las com as nossos próprios esquemas de etiquetas. É importante frisar que a funcionalidade em si não pode fazer milagres, ou seja, não podemos querer filtrar uma lista por uma etiqueta que ainda não foi criada e/ou aplicada aos itens para os quais queremos que ela atue como filtro.

1.4.1 - Interagindo com os menus linguetas
Menus-lingueta de Edição e Filtragem das Etiquetas.
Animação das instâncias dos menus-linguetas.
[Inicia com Mouse encima]
Dependo do tipo do menu lingueta as interações são um pouco diferentes entre si. No geral quando colocarmos o cursor encima dos menus linguetas notaremos dois estados possíveis, um de inserimento e outro de 'pointer' (ativa o requadro com etiquetas ativadas e não).





Menu lingueta de edição [parte inferior da aba]
Menu-lingueta de Edição de tags ou etiquetas.
Menu lingueta de Edição de tags ou etiquetas.
Esta é a instancia de edição das etiquetas, criar novas, modificar os nomes, aplicar e/ou remover e deletar etiquetas. Neste menu lingueta temos bem três tipos de vistas abaixo exemplificadas:






  1. [Visualização de etiquetas ativas]: quando selecionamos um  ou mais itens da lista, no menu lingueta irão aparecer ou não etiquetas. Neste caso ele funciona como um visualizador da etiqueta ou etiquetas que estão aplicadas a um ou mais itens selecionados da lista. Por exemplo, ao selecionarmos um certo item do elenco veremos que irá aparecer neste menu uma ou mais etiquetas, isto implica que o item já foi 'etiquetado', caso não apareça nada no menu lingueta de edição é sinal que o item não ainda etiquetado.
  2. [Nova etiqueta e Edit em geral]: quando nosso cursor é de tipo "inserimento" [ | ], significa que clicando no menu lingueta, poderemos digitar novas, editar os nomes das existentes ou deletar uma ou mais das etiquetas presentes neste elenco.
  3. [Edit restrito] Quando o cursor está na extrema direita do menu lingueta, perto daquela pequena lingueta apontando para baixo, o cursor muda de estado, de inserimento para "pointer". Clicando nesta área da lingueta vai abrir um "requadro em branco" e mostrar uma serie de etiquetas ativas. As etiquetas ativas são de dois tipos: aplicadas ao item ou itens atualmente selecionados na lista e são evidenciadas por uma cor de fundo; e não aplicadas, aquelas não evidenciadas. Tomando como referência o esquema proposto em 1.1 para o nosso lápis teríamos o seguinte:

    [2B] B Bambu Cor [Desenho] H Ink [Lápis] Pena Sumiê

    A função desta vista é essencialmente de edit restrito, aonde podemos somente acrescentar ou tirar etiquetas a partir do elenco mostradas no requadro branco. É permitido tirar etiquetas aplicadas, aplicar outras do elenco e mesmo deletar definitivamente uma etiqueta, desde que esta esteja aplicada tão somente ao item ou itens selecionados sobre os quais estamos editando.
    Por exemplo, vamos supor que apliquei a etiqueta 'provisório' a dois itens que previamente selecionei da lista... mas que depois selecionando somente um destes itens removi a etiqueta 'provisório'... ela vai continuar aparecer... pois ainda temos um dos itens com a etiqueta aplicada.
    Para deletar uma etiqueta através desta vista é preciso que selecione todos os elementos da lista, é o método mais fácil, e cancele a seleção da etiqueta 'provisório' do requadro do menu lingueta de edição... deste modo ela vai ser deletada definitivamente.
Esta instância de editing é bem potente e precisa fazer atenção para não destruir o trabalho árduo de classificação... eu recomendo que as paths das varias instancias etiquetadas (ferramentas ou não), logo após a realização das etiquetas sejam protegidas da escritura... para isto é necessário ir até pastas nas preferências do Gimp.

Exemplos práticos do uso do menu-lingueta de edição de etiquetas ou tags
Num único item podemos aplicar uma ou mais etiquetas, isto segundo nossas necessidades ou segundo um esquema previamente pensado... como aquele mais acima nos pontos 1.1 e 1.2. Também nada impede etiquetas que possamos colocar novas etiquetas, mesmo estas não pertencendo ao esquema inicial, isto é muito usado nos elementos síngulos (o que não é uma pasta) ... Para exemplificar esta condição imagine o seguinte esquema de etiquetas para um pincel tipo lápis (do geral ao especifico):
Desenho, Lápis, 2B
Seguindo o método proposto em 1.1 1.2, Desenho e Lápis são pastas com estes nomes... dentro da pasta Lápis, temos vários pinceis tipo lápis, um deles é 2B.
O Gimp 2.8 ao varrer a estrutura de pastas transforma automaticamente em tags as pastas, mas não os elementos síngulos contidos nas mesmas. Então quando selecionado na lista o pincel lápis tipo 2B, no menu lingueta de edição, irão aparecer somente duas etiquetas, Desenho e Lápis. É principalmente nestes casos que de devemos usar o menu lingueta de edição, para adicionar as etiquetas que o Gimp 2.8 não é capaz de realizar em automático, como no caso do pincel tipo lápis 2B, isto por ele ser um elemento síngulo.
Para designar a etiqueta "2B" ao pincel lápis 2B basta digitar no menu-lingueta de ediçao a palavra 2B e a seguir Enter. Você vai notar que logo após o Enter, aparecerá uma virgula depois da etiqueta, isto quer dizer que ela foi criada e o menu está pronto para receber a próxima etiqueta caso seja necessário.
Veja também o post sobre come organizar e administrar pinceis no Gimp: [http://forksanddrills.blogspot.com/2012/05/um-metodo-para-administra-os-pinceis-no.html]

Menu-lingueta de seleção e filtragem [parte superior da aba]
Menu-lingueta de Filtragem e Procura por tags ou etiquetas.
Menu-lingueta de Filtragem e Procura
por tags ou etiquetas.
Esta é a funcionalidade aonde podemos procurar por etiquetas, criar filtros de seleção e produzir listas de itens segundo as etiquetas disponíveis. O processo é bastante articulado e precisamos entender bem o conceito de funcionamento, por exemplo, dependendo da ordem de seleção das etiquetas as listas resultarão diferentes, sempre corretas mas diferentes. Este menu lingueta tem dois tipos de vistas conforme o tipo de interação:

  1. [Visualização filtros ativos]: sem clicá-lo e se não foi ainda aplicado nenhum filtro (etiqueta) este menu lingueta aparecerá vazio. Se clicarmos, sem nenhum filtro ativo, quando o cursor é de inserimento, o menu lingueta funciona como um campo livre de procura... mas neste caso você precisa colocar o nome exato da etiqueta ou das etiquetas, separadas por virgula+espaço, de outra forma a procura resultará  invalida.
  2. [Seleção de etiquetas para filtros]: clicando na parte mais a direita do menu lingueta, aonde tem aquela pequena lingueta voltada para baixo, vai ativar um "requadro em branco" com dentro um elenco de etiquetas prontas para a filtragem, todas sem nenhum tipo de evidenciação. Ao clicarmos nas etiquetas para construir nosso filtro, notamos que as etiquetas clicadas se evidenciam com uma cor de fundo, outras se manterão não evidenciadas (como antes de clicar, na primeira vez em absoluto) e outras resultarão esmaecidas (e não selecionáveis).
    Nesta vista, a evidenciação com cor de fundo representa que a etiqueta é filtro, as não evidenciadas são aquelas etiquetas que pertencem ao grupo de itens filtrados, mas estão em níveis superiores e as esmaecidas que não fazem parte do esquema de etiquetas em uso. Por exemplo, se filtramos pela etiqueta "2B", esta vai estar evidenciada com cor de fundo, as etiquetas Desenho e Lápis, B, Cor e H estarão sem cor de fundo e o restante esmaecidas. Uma simulação disto poderia ser assim:

    [2B] B Bambu Cor Desenho H Ink Lápis Pena Sumiê

    [A] Neste esquema de filtragem a única etiqueta filtro ativa é "2B" e plausíveis de seleção são Cor, Desenho, H e Lápis. As outras esmaecidas fazem parte do ramo Ink e por isto sem possibilidade de seleção.
    [B] É interessante notar que aqui a ordem dos fatores altera o resultado das listas, por exemplo, como a etiqueta 2B é a chave principal do filtro o resultado da lista vai estar já na parte mais especifica do nosso esquema. Neste caso teríamos tão somente uma lista com um único elemento o lápis 2B. Mas se inicialmente tivéssemos selecionado como chave principal a etiqueta "Desenho", ou seja a primeira etiqueta em absoluto a ser clicada no "requadro em branco", teríamos todo o ramo descendente dos itens contidos em Lápis [2B, B, Cor e H] e Ink [Bambu, Pena, Sumiê] e a medida que fossemos selecionando/aplicando as etiquetas sucessivas iriamos gradualmente afunilando a nossa pesquisa e consequentemente a lista.

    Uma vez que tiramos o mouse de cima do menu lingueta, logo após termos feito uma filtragem, ficarão presentes somente a etiqueta ou as etiquetas de tipo "selecionada" (com cor de fundo no "requadro em branco"). Seguindo o nosso exemplo, teremos no exemplo [A] somente a etiqueta "2B" e no exemplo [B] teremos a etiqueta "Desenho".

    Para desativar uma ou mais etiquetas basta clicar novamente nas etiquetas ativas (aquelas com cor de fundo). Como o processo acontece em tempo real, podemos facilmente criar muitas combinações e arranjos entre as varias etiquetas disponíveis.
1.5 - Orientações e conselhos e notas finais sobre as Etiquetas ou Tags no Gimp 2.8

O método ideal para trabalharmos com as etiquetas ou tags:
  • Desenhar uma previa do esquema das etiquetas e organizar as pastas segundo este esquema, o exemplo é aquele indicado no ponto 1.1 deste artigo.
  • Utilizar como referência o artigo de maio sobre organização de pastas e etiquetas em automático no Gimp 2.8 [http://forksanddrills.blogspot.com/2012/05/organizing-folders-and-tags-on-gimp-28.html] com as recomendações que fiz no paragrafo anterior.
  • Ao editarmos etiquetas personalizadas, não geradas automaticamente pelas pastas, utilizar o conceito do geral ao especifico... e usar possivelmente a seleção múltipla dos itens: neste modo podemos aplicar uma ou mais etiquetas aos itens da seleção.
Video sobre os tags ou etiquetas no Gimp 2.8
Estarei preparando também um vídeo aonde explico em direta as principais funcionalidades dos tags ou etiquetas, aqui apresentadas, no Gimp 2.8. Aguardem!

Os links para os vídeos sobre este argumento vocês podem encontrar aqui:

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